quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

CONFISSÃO, CRESCIMENTO E JUSTIÇA (por que a Justiça do Cristianismo é diferente e superior à justiça das religiões e da Filosofia?)


Diferentemente do que muita gente imagina, o crescimento cristão não é esse acúmulo gradativo de virtudes pessoais arduamente construídas ou esculpidas pelas pessoas nelas mesmas ao longo do tempo. Sempre com muito controle, muita dedicação, muita meditação, muito esforço pessoal e energia mental. Uma justiça pesada, árdua, que até caminha com ares de simplicidade, mas que, se a examinares com rigor, verás que na verdade caminha cada dia na direção de mais inflada, hoje já segura de si, amanhã ainda mais, sendo, portanto, uma justiça vaidosa, gorda. Se me faltam palavras para melhor descrevê-la, resumo por assim dizer: Não, definitivamente... essa não é a justiça do Evangelho. Ela está mais para as justiças das várias correntes filosóficas e do esforço religioso básico humano, razão pela qual na Bíblia a FILOSOFIA e as RELIGIÕES são consideradas... er... um LIXO diante do resplendor da Cruz de JESUS CRISTO (não soou politicamente correto, eu sei). Infelizmente, muito encontrarás também dessa falsa justiça importada para o que chamam de "religião cristã". Gente que como cristão daria, talvez, um ótimo budista ou hinduísta, mas, por favor, nunca um cristão. Vivem a tentativa e o trabalho dessa justiça árdua, sem que percebam que os envenena, centrada e com méritos no eu, suada. Justiça que a rigor jamais poderá ser humilde, mas que sempre há de se esconder vestida com as roupas da modéstia e que é para que nunca lhe descubram o orgulho, o qual certamente seria reprovável e mataria a humildade, a qual é um baluarte da justiça e, portanto, implodiria, assim, o próprio conceito de justiça. Cuidado. Não te esqueças que tal justiça da filosofia e das religiões jamais foi nem poderá ser aceita pelo cristianismo pelo fato de que despreza a obra da Cruz e ofende nossa oração cristã mais básica (Avinu Shbashmayim - Pai Nosso que estás nos céus), a qual termina nos dizeres: "Tua é a glória para sempre, amém". Tua, somente Tua (referindo-se a DEUS). Sendo assim, que crescimento ou que justiça nos resta aos cristãos? Que acreditam na justiça imputada e não na justiça do esforço e do mérito? Viver talvez uma eterna espera da imputação? Um dia, quem sabe, sorrir eternamente no céu por ter ganhado o carimbo no passaporte de entrada das dimensões celestiais? Pouca coisa poderia ser mais ridícula que isso!

Crescer como cristão ou o crescimento genuíno de um cristão é na verdade conheceres e praticares... O ANTI-CRESCIMENTO(!!): ao invés de cresceres em justiça pessoal inflada, a cada dia te aprofundas mais e mais na descoberta de tua própria miséria. A água da Palavra a cada dia adentra os abismos mais profundos de tua lama interior, trazendo à tona sujeiras e mais sujeiras. Algumas queridas, de estimação, outras por mecanismos diversos também fortemente arraigadas. Crescer como cristão tem muito mais de escavação do que de alpinismo. Achavas que o caminho cristão era como uma corrida de vídeo game? Em que ias coletando pedras ou pontos, acumulando mais e mais virtudes e bons adjetivos até o seu grand finale? Que simplório e falso o cristianismo a que foste apresentado! Com deturpações te ensinaram. Pode parecer chocante, mas anotes bem aí: crescer como cristão não é fazer cultivo de virtudes. Pelo contrário! É praticares a derrubada cruel das árvores que sempre cultivaste, essas tidas por aí como as tuas mais honradas "virtudes". É descobrires que à sombra delas o pecado horrivelmente cresceu (e cresce) e floresceu (floresce). Mesmo que ninguém o veja, ali ele está, a lançar dentro de ti raízes as mais distantes e fundas. É o fim de todas as tuas nobrezas, é como ganhar de presente um prego para todos os teus balões. Crescer como cristão é descobrir-te injusto, hoje. Amanhã de novo e depois também: falto, quebrado, réprobo. Novas rachaduras, vazamentos desconhecidos que teimam em aparecer. E isso não é que te reconheças em iniquidade e que não vás rompendo com teus pecados (o que seria a troca do arrependimento pelo cinismo), mas que a cada dia os descobres outros ou até os mesmos (pecados), mas mais malignos, mais camuflados, mais maquiados, mais fundos. Crescer como cristão é cresceres na percepção do tamanho pavoroso de tua desobediência, é reconheceres tua inconformidade diante de DEUS, a miséria que és sozinho e analisado sem a Vida do ESPÍRITO: um monte de atrapalhos, maldades e erros, sozinho em tuas perversões pessoais, em tuas deformações, em teus desertos, em tua sequidão, em tua nudez, em tua solidão, nessa tragédia que chamas de existência. Verdade é que há outras lições a aprenderes como a fé no Sacrifício substitutivo e a experiência da Vida substitutiva. Mas, amigo, não podes queimar etapas! Se queres obedecer a DEUS e cumprir Sua justiça, a primeira das lições é esta: tu não O obedeces (convicção de pecado). E só O começarás obedecer à medida em que cresceres na percepção e consciência de tuas desobediências. E, gozado, vás a descobrir algo que soa triste (rsrs): que na verdade nunca cresces .... a cada dia estás.... oh não... MENOR até!! Isso mesmo! HA!

Se queres mesmo perseguir este Caminho, terás que lembrar que teus dias serão na verdade isso, de profunda humilhação (não de orgulho) e que voltarás a este exercício com frequência: descobrires dentro de ti e de teu mundo caótico áreas independentes e terrenos rebeldes, nos quais o teu eu atrapalhado e soberbo continua assentado no trono, lugares onde devia estar DEUS. E que lá está ele (você) dizendo para si mesmo a frase que somente DEUS pode proclamar: "EU SOU". Oh! Que não pensavas que eras tão satânico e blasfemo! Lamento tanto! Como o príncipe de Tiro era a ilustração de Lúcifer, a analogia do monarca que era a miniatura de Satanás também poderia ser perfeitamente escrita a teu respeito e te cairia tão bem como uma luva. Sim, isso mesmo! Porque dentro de ti trazes muito da antiga Serpente, da tão falada Estrela Caída e dela foste (és?) descendência. Entendo que iniciares o Caminho da Luz ao descobrires dentro de ti esse terrível monstro não seja mesmo cousa fácil. Quem sabe não te encha de forças a lembrança docemente assombrosa de que o Altíssimo, o Exaltado, o Sublime, Aquele que é, que era e que há de vir, o que habita a eternidade, Ele mesmo te amou, ainda assim, apesar de tuas monstruosidades.

Deveras estranha é esta lição: a primeira honra dos justos é na verdade descobrir a própria desonra e, portanto, descobrirem a si mesmos (assumirem que são) injustos. Se a coisa continuasse baseada apenas nisso estaríamos numa falácia e absurdo, porque descoberta a injustiça, injusto é o que és. Só pela constatação não perderás esse adjetivo. Portanto, verdade é que apenas com esse passo de reconhecimento não poderás apaziguar teu coração nem satisfazeres a Justiça (um Outro terá que fazê-lo por você), muito menos poderás mudar essa tua natureza maligna. Mas a lição primeira da justiça é mesmo esta: não te eximires da tua própria culpa e não dares a teus pecados outros nomes que neguem a palavra real e mais básica: PECADO.

Se tal te parece pesado, faze a escolha mais velha e mais tradicional de nossa raça: basta aderires a desculpas esfarrapadas ou aos "modernosos" relativismos... "Tenho meus motivos", "tudo depende do ponto de vista", "não é bem assim"... E assim... Zzziuuuummm...!! lá se foi de ti o cristianismo, mesmo que esteticamente ainda tentes mantê-lo, que seja fazendo essa prece ou quem sabe tatuando cruzes na testa!

Portanto, vemos que ser cristão nada diz respeito a teres mais ou menos pecados que os demais, mas diz da forma e da radicalidade com que lidas com teus pecados à Luz da Palavra de DEUS. Verás pessoas "pouco" pecadoras que estão pouco incomodadas com os que têm e que não obstante os "poucos" pecados permanecem MUITO longe de darem com os pés neste Caminho. Não serão as moradas celestiais o lugar para os pecadores mais leves. Mas sim o lugar das pessoas que resolveram/resolverem seus pecados, quaisquer sejam as colocações em que estavam/estejam no "ranking de comparação entre os seus semelhantes".

Crescer como cristão, é diariamente isso (mas não apenas isso!): dar-te conta da tua nudez diante de DEUS, de que és apenas um punhado caótico de pó e de que todos os teus melhores equilíbrios e virtudes são os mais ridículos possíveis, um rabisco, trapo de imundice diante do resplendor da justiça e da santidade do Altíssimo.

Aparentemente, tão muito melhores e mais confortáveis as religiões, que pregam nossa simetria ou um exercício para a simetria, a busca da perfeição e do ideal, a beleza, o acúmulo das virtudes, a premiação orgulhosa, pela via dos trabalhos e méritos do eu interior. Aparentemente.

Aparentemente, que tão pesada essa fé continuamente humilhante, em que somos pintados e voltamos à descoberta diária da assimetria, da falta, da incompletude, da inadequação, da miséria, da feiura. Aparentemente.

Aparentemente porque depois o jogo vira, principalmente passada a euforia / dor inicial e mais já ao longo da estrada. As doces religiões se mostram pesadíssimas e te esmagam. A cortante Cruz de CRISTO de cara te humilha e fere, mas logo em seguida te cura e liberta. Te dá a leveza. Atinges a doce e sublime paz. Não era nada à toa o tão elegante convite de YESHUA em Mateus: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." Ele fala(va) às pobres almas cansadas de lutar por sua própria justiça.

Por isso, o cristianismo não é o trabalho árduo e o esculpir das virtudes como as outras religiões e a filosofia. O cristianismo é na verdade o desfolhar-se, a desconstrução, a subida que é feita pela descida, quanto mais se desce, mais sobe. Quando achas que estás despontando à frente como primeiro, estás em último, e quando em vergonha não levantas os teus olhos para DEUS, julgando-se o último, Ele sorri ao ver como de um salto disparas à frente e tomas teu lugar entre os primeiros.

Vê, portanto, que essencial a compreensão do pecado. Nas condicionais da primeira carta de João, duas te saltarão aos olhos ao dizerem da forma como o homem lida com o pecado:

"SE dissermos que NÃO TEMOS PECADO nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a VERDADE NÃO ESTÁ em nós."

"SE dissermos que NÃO TEMOS COMETIDO PECADO, fazemo-Lo mentiroso, e a Sua PALAVRA NÃO ESTÁ em nós."

Vê quão grave é essa não percepção do pecado (!), tanto de uma convicção geral de pecado quanto de pecados específicos, do cotidiano, do dia-a-dia. A ponto de uma te bloquear o acesso à Verdade e a outra de ofender a DEUS como mentiroso e de te interromper o exercício da Palavra! (Faço pausa para que repares bem. Como vai mesmo essa tua caminhada sobre as duas pernas?? Mares de lágrimas vejo daqui! Ha!)

Mas... quão doce é o versículo 9 (!):

"Se CONFESSARMOS os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos PERDOAR os pecados, e nos PURIFICAR de TODA injustiça."

UAU! Que atividade ou exercício tão poderoso esse! Que resultados mais magníficos produz! A quem buscarás para que te ajude a manejar essa arma deveras excelente?

Lamento, mas pouca ajuda encontrarás entre os que se dizem discípulos. Os mais antigos tornaram a confissão um rito ridículo, em que eras perdoado pela coragem de contar os segredos deste ou daquele ato infame teu, a um terceiro, sacerdote. Como se tu, sendo cristão, não fosses sacerdote ou como se a confissão se resumisse a contar escândalos e segredos de valor no mundo da maledicência e não a ligar atos pecaminosos a mecanismos de pecado, à luz de DEUS, e em decisão de mudança. Entre os mais jovens "discípulos", também não encontrarás ajuda. Estão muito dedicados a serem politicamente corretos, a parecerem mundialmente aceitos e modernos e estão ocupados em riscar o pecado da lista de nossas doutrinas, aliviando o mundo de suas culpas pela via da negação. "Isso é normal", "isso é aceito", "não falemos disso", "vivamos o evangelho inclusivo". Na certa, o Natal que celebramos recentemente e que foi o adentramento de DEUS no mundo da matéria e dentro da espécie humana, algo impensável até aos anjos que o Altíssimo fizesse por seres tão pequenos e malignos, Sua Vida humana dura e Sua crucificação, nada disso tinha a ver com pecado. Que pecado, não é mesmo? Acredita: Não esperes que esses te ensinem a confissão porque estão dedicados a torná-la inócua. O Natal / a Encarnação era só uma "aventura" de DEUS pelo planeta Terra, dizem, e YESHUA foi para a Cruz mais como um adolescente vai ali botar um piercing na esquina! Trocando em miúdos, ao anularmos a seriedade dos pecados de nossa raça e nossos individuais, é mais ou menos isso que muitos "cristãos" dizem por aí. Adianto-te que mais boas coisas encontrarás no satanismo declarado do que com essa gente!

Sendo assim, poderás concluir que estamos na mesma dos tempos de YESHUA e dos apóstolos. Como eles, que também quase nada de bom encontraram nos líderes e nos devotos / religiosos da época e tudo o que tinham era o testemunho dos patriarcas e dos profetas preservados nas Escrituras para encontrar a verdade da justiça e do amor na Torá, também nós, a ninguém temos seguramente, a não ser a obra da Providência, a qual apesar de tantos falsos da história e antes das primeiras populações humanas aglomeradas como Ur, Lagash e Eridu tem preservado as histórias e revelações que nos interessam e de quem nos interessa, primeiro pela tradição e depois pela escrita, trazendo até os nossos dias o socorro das Escrituras.

Sei que te irritarás comigo, havendo eu começado um texto de confissão e que depois de tantas linhas te diga isso: que não vou iniciar aqui um tratado sobre a arte da confissão. Muito mais me alegra que tenha plantado em ti as perguntas e o desejo de conhecer pessoalmente a YESHUA e o testemunho das Escrituras. Mas de um ponto de vista prático, falarei de minha própria confissão aqui.

No último dia do ano de 2015, muito poderia eu contar-te de tantas coisas boas que fez o SENHOR porque de fato Ele o fez. Poderia resumir minha retrospectiva nos bons acontecimentos e nas páginas cor-de-rosa. Acabei a luta de seis anos de graduação, enfim sou médico, agora tenho dois trabalhos que amo, caminho com saúde, a família vai bem. Se nada disso é mentira, fazer disso o todo certamente o é. Aonde estão as sujeiras e os dias cinzas de Thiago Abreu?

Verdade mais completa é essa: 2015 não foi tão cor-de-rosa assim. Não mesmo. E eu também não vou tão bem assim. Definitivamente não mesmo. Por detrás das cascas, das roupas e dos títulos, aqui vai uma fé deficiente, um homem difícil, lento em seu chamado, teimoso. Dias em que era para ter sido perseverante, fui indulgente e covarde. Desisti. Dias em que era para desistir e abandonar, fui obstinado e fiquei. Teimei. Poderia contar por aqui este ou aquele pecado em específico e na forma de uma conduta ativa ou omissão. Mas confissão é mais que isso. E isso essencialmente deve ser feito mais em privacidade com DEUS e, caso necessário, com a ajuda de um experiente que te ajude a compreender o que não é pecado claro e que precise melhores análises e conselhos. Mas que contigo fique isso: confissão é mais que nomear atos. É identificar os mecanismos de pecado ou os erros de princípio, os quais terminam em atos ou omissões pecaminosas. À Luz de DEUS, em decisão de mudança pela Vida do ESPÍRITO.

Pensando e orando esses dias, percebo 3 mecanismos básicos de pecados nos quais claramente patinei esse ano e que resumem em chaves (grupos) os atos e omissões pecaminosas de 2015. Espero tomar equilíbrio em 2016:

1) Pequei contra a DISCIPLINA da Palavra. Tenho sido muito indulgente com meu tempo, meus recursos e minhas oportunidades. Desperdiçado a abundância de DEUS e com coisas que jamais hão de voltar. Não posso continuar assim. Isso me causou graves problemas em 2015.

2) Pequei contra a direção do ESPÍRITO SANTO e Sua Paz, descrita na elegância das Escrituras como a "Paz que excede todo entendimento", o leme dos cristãos, a poderosa bússola que aqueles que não nasceram da água e do ESPÍRITO não conhecem e não podem sequer começar a entender do que se trata. A inquietude sempre há de bater às portas de um cristão em diversas situações, mas não quero mais me encontrar lutando contra a direção e a Paz do ESPÍRITO, teimando em rumos que DEUS claramente já disse NÃO e retirou de mim a paz para este ou aquele caminho. Fiz isso a perder de vista esse ano e isso é horrível. Que cesse minha luta contra DEUS. Que loucura insistir nisso!

3) Pequei contra a SIMPLICIDADE de CRISTO, enchendo-me de cuidados, e preocupações, e inquietações, e expectativas que não estão na agenda de DEUS para mim, nem para mais ninguém, trazendo ao meu coração ansiedades da minha primeira natureza, decaída e ímpia, das paixões e planos dos sistemas dos homens. Tenho me tornado um homem ridículo, cheio de vaidades e aspirações que não são pra mim. YESHUA era um homem simples. Perder Sua simplicidade ou não caminhar em Sua simplicidade é perder a beleza fundamental dEle é que é também a beleza dos cristãos.

Não é ensaiando o Lótus ou uma postura simétrica frente ao espelho que atingirei essas mudanças. Nela só vejo minha escoliose e meus insucessos. Preciso ver a DEUS no rosto de CRISTO. Preciso que o SENHOR me perdoe e que Seu ESPÍRITO em mim produza o fluir substitutivo da Vida e da Justiça. Que venha um 2016 de mais JESUS CRISTO em mim, sobre mim e através de mim. Que o ridículo brilhantismo de Thiago suma cada vez mais e mais até que a imagem do FILHO em mim seja verdadeiramente completa!

Não consigo desejar outra coisa melhor a alguém e é o que também desejo a ti! Adeus, 2015! Confissão, arrependimento, sabedoria e Imagem sejam grandes e prósperos em teu viver!



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uma Recordação Para Sempre

O sorriso TÃO lindo e espontâneo da paciente usuária de crack e moradora de rua (até então triste e apática na consulta) ao ouvir pela primeira vez (quando coloquei sobre ela o detector) os batimentos cardíacos da vidinha que está trazendo dentro em si....   

Assaltada pela Esperança e sacudida até os ossos com o poder magnífico e resiliente da Vida, ela não pôde sequer esboçar a menor defesa e se segurar na minha frente. Afundada em toneladas de auto-rejeição e rejeição das pessoas, massacrada pela pobreza, calejada de sofrimentos, consumida pelo vício e envenenada de uma apatia e desânimo que pareciam não ter cura, ignorando as minhas palavras, ainda assim para esse golpe brutal da Esperança e da Vida não encontrou defesa porque fora forte demais. Os olhos subitamente se tornaram cintilantes e grandes. E ela se entregou a um largo sorriso, mesmo faltando vários dentes e com a boca carecendo tanto cuidado e higiene.

"Doutor, então quer dizer.....
Que ele está bem????"

Como quem não está nada acostumada com boas notícias e boas dádivas e como quem não podia acreditar que de fato uma vida sobrevivia ao seu inóspito ser e condições de vida, como quem pergunta se o impossível é possível.

Ah, se meus olhos tirassem fotos ou se meu cérebro compartilhasse imagens!!!! ... Para toda a vida e num canto especial do coração: ARQUIVAR!!!  

Há uma Mão estendida e uma Voz que fala em meio à escuridão e ao ruído confuso das nossas vidas quebradas!!! Que Ele nos resgaste do nosso estágio tão avançado de morte!!!

Um Plantão Qualquer

Acabou de acontecer aqui no serviço. Casos sequenciais de homicídio na metrópole, sem almoçar e já indo pra as 4 da tarde. Digno de uma sexta-feira 13, mas é 14. No último deles, suspeitando que uns vestígios demonstravam um cenário além dos limites do isolamento, resolvi seguir caminhando para além das faixas zebradas na busca de encontrar elementos de interesse para o raciocínio. 

Foi quando uns garotinhos se aproximaram (na verdade eu me aproximei de onde estavam), serelepes, de olhos bem arregalados e brilhantes e me olhavam como quem vê quase uma celebridade, como quem deixava fugir pelos olhos uma admiração:

"Tio, o que é que o senhor está procurando? São as balas?" "Tio, ele passou por ali..." "Tio..."

Pensei em responder ríspido que se fossem dali e que voltassem às suas casas. Mas isso seria muito dolorido para aqueles coraçõezinhos tão alegres em ajudar e fascinados por estarem próximos da rotina e raciocínio dos "CSI" (ênfase nas aspas) e que eles julgam ser um trabalho super e em nada esmagador (doce ilusão!!)

Da minha parte seria outra crueldade se não respeitasse o entendimento e limitação daquelas cabecinhas e que eu os despachasse numa rajada só, lhes contando na cara dura e naquelas condições complicadas quão terríveis eram a alegria e excitação que eles demonstravam dentro de uma realidade tão brutal. Naquele contexto, não lhes ocorria que a verdadeira alegria seria eu estar bem longe deles e das ruas onde moram com suas famílias e seus amigos. Que alegria boa mesmo era que o "CSI" jamais fosse visto perto da esquina de suas casas, banido das periferias novas e das tradicionais da cidade. Cidade que dizem estar linda nas novelas. E foi matutando em alguns segundos na delicadeza e complexidade daquela rápida interação que percebi que por não ter tempo e condição de explicar a verdade das coisas para aquelas crianças, um choro podia armar rapidamente nos meus olhos e a voz certamente ia engasgar em qualquer resposta que lhes desse. Eram apenas pequenos, tão ingênuos da dureza e das engrenagens que estão sendo colocados.

Dei ordem às glândulas lacrimais que se comportassem e engolido o bolo seco da garganta apenas consegui sair com essas palavras:

"Não, meu filho. Não se preocupe. O tio não está procurando nada."

Me diga um algo quem puder: Que país é esse que ao invés de nos mostrarem pipas rasgando os ares, ou um desenho bonito ou, sei lá, algum malabarismo com as mãos e as pernas, as crianças estão se oferecendo para procurar no chão projéteis que vitimaram pessoas???? Que lixo de país nós somos!!! Qualquer outra honra que um país tenha se evapora, derrete, acaba diante da mais COMPLETA HUMILHAÇÃO de admitirmos que crianças vivam assim!!!

Ezequiel, a Antártida, o ESPÍRITO e o Vale de Ossos Secos



Como bom mochileiro e guardador das próprias finanças, marquei o voo de volta da Antártida para a noite, economizando o dinheiro de mais uma hospedagem para todos. Não se tem boas vistas aéreas, é verdade, mas o bolso agradece. Para a minha surpresa, me esqueci que estava em alta latitude e que saindo às 22h15, estaríamos pegando o fim do mundo exatamente na hora do por-do-sol e que é das horas mais LINDAS, especialmente de um aéreo, especialmente triste e lindo ainda por ser o dia da despedida. Ver as pequenas luzes da ilha grande de Terra do Fogo, a última porção de terra da Terra e saber que dali adiante só temos o círculo polar sul é lindamente assombroso. E frrrrio também. Muito frio.

Todos os que estavam do meu lado, não perceberam meu estado de semi-êxtase. É que a Patagônia/Antártida me respondeu(ram) algumas questões (e me colocaram outras 300! HA!). E naquela hora, a lição final que precisava aprender me veio. Nos meus últimos 60 minutos.

Esses anos vinham sendo de muito cansaço e apatia espiritual pra mim. A volta para o Brasil me lembrava de todos esses labores dos quais involuntariamente eu me sentia desanimado. Não vencido, desanimado. Não ver um futuro melhor para a terra onde se vive, os olhos cheios de ver tanta mentira, blasfêmia, o abandono do Caminho, a sensação de inutilidade do testemunho e da anunciação do evangelho, a prostituição e mercantilização religiosa da nação, a sensação de que como sempre "os homens amam mais as trevas do que a Luz" "porque as suas obras são más", de morte e maldade por todos os lados. E que se está já em uma boa caminhada lutando contra e para não ser tragado por essas coisas faz tempo. E que tudo o que já não era bom a cada dia parece que está pior. Assim eu vinha de certa forma.

Curiosamente estando em uma das terras mais frias do planeta, nos paradoxos e contra correntes que o ESPÍRITO de DEUS coloca a todos aqueles que se propõem a seguir a YESHUA, a palavra intensa que DEUS deu ao meu espírito por todos esses dias no gelo da Patagônia/Antártida era FERVOR. Palavra claramente ligada à efervescência, à ebulição e às altas temperaturas. Estranho, né? Pode ser.

Naquela volta da Antártida, na mistura de antevisão e lembrança do Brasil, por um momento um trecho da Bíblia se fez claro como água pra mim. Ali, em cima daquele avião sobre o fim do mundo. Me senti na pele do profeta Ezequiel, levado pelo SENHOR em uma visão a um vale repleto de ossos secos e o texto bíblico acrescenta: "estavam sequíssimos". Uma verdadeira descrição da completa sequidão da morte, abatida sobre o que antes fora a comunidade viva do povo escolhido de DEUS. Quando o SENHOR lhe pergunta se há alguma possibilidade de vida para aqueles ossos, tudo o que o profeta consegue timidamente responder é um: "SENHOR, Tu o sabes." Como quem entrega o microfilamento da esperança para o poder inimaginável de DEUS. Sem a menor das empolgações.

E DEUS, sempre lindamente contrariando nossas expectativas, não responde a Ezequiel um "Não, infelizmente. Chore e aceite essa dor", como também se recusa a responder um "SIM, fique tranquilo. Eu os trarei de volta à vida".

DEUS sempre se recusou a dar essas respostas fáceis. E Ele continua se recusando. Mesmo porque, Ezequiel não sabia, mas naquele contexto ele não passava de uma simples resposta de DEUS para a pergunta que o próprio DEUS havia posto. Ainda que ele fosse uma resposta consciente, vindo numa embalagem falante e cheia das próprias perguntas.

Então, muito sabiamente o SENHOR diz a Ezequiel o começo da verdadeira e completa resposta e se dirige ao profeta com essas palavras: "Vamos, filho da raça humana! Vamos! Profetiza ao vale de ossos secos e brade bem forte dizendo 'Ossos secos! Ouvi a Palavra do SENHOR!"

E então, como o pior dos loucos, o profeta se lança a cena ridícula das ridículas: começa a esbravejar alto e forte na direção do vale numa descrição quase patética. Diferente de seu contemporâneo Daniel, letrado, honrado e bem empregado na dureza dos tempos de exílio babilônico, Ezequiel vivia num contexto de pobreza e viuvez. Com suas roupas simples e lutas de quem pregava o evangelho de DEUS para judeus exilados, perdidos em si na revelação de DEUS e de sua missão histórica, perdidos na podridão moral e religiosa babilônica, na visão do vale de ossos secos Ezequiel é um simples judeu pobre e que irrompe como um louco contra um vale onde não há seres com vida que pudessem escutá-lo:

"Ossos secos! Ouvi a Palavra do SENHOR!"

De repente, começado o ridículo dos ridículos, o absurdo dos absurdos começa a acontecer. Um ruído macabro toma o vale de ossos. Cada qual procurava os seus vizinhos, como ossos ensandecidos a formar esqueletos inteiros! E DEUS dizia ao profeta que continuasse a profetizar, ao ponto de que as carnes aparecessem e a pele voltasse a lhes recobrir, até que o vale se enchesse de uma multidão de cadáveres inteiros, com pele, músculos e ossos, uma imensidão de defuntos estirados ao chão.

E para o milagre o qual não dependia dos ossos, mas do agir do ESPÍRITO, DEUS diz a Ezequiel que então parasse de profetizar aos ossos e que passasse a profetizar ao ESPÍRITO, ESPÍRITO que está presente nos 4 pontos cardeais da Terra, o ESPÍRITO que formou o Multiverso: "Dos 4 cantos da Terra, vem, ó ESPÍRITO, e assopra sobre estes mortos para que vivam!"

E então, um exército sobremodo numeroso se começa a se erguer sobre o vale, móveis e bípedes, um povo vivo e que tem a indestrutível VIDA, o exército dos escolhidos de DEUS, do povo que Ele um dia formou e que agora os resgata do poder da morte quando já não havia a menor das esperanças.

Assim, DEUS não nos diz que o futuro será lindo (portanto, descanse) nem tenebroso (portanto, morra). Ele não diz "jogue tudo pra o ar". Ele não diz "ligue o que se exploda". Ele diz sustentadamente: "PROFETIZA."

E a essência do chamado profético é essa: viver e chamar as pessoas ao arrependimento. Viver e proclamar a justiça. Denunciar a opressão, quebrar cadeias, anunciar o Caminho, a remissão, o perdão que está no sangue, a Vida que flui pelo ESPÍRITO.

Um povo assentado na mais completa morte e sequidão conhecerá a Vida, porque DEUS assentou a Salvação (em hebraico, YESHUA) e vai executá-La. É nosso privilégio ser parte dessa Salvação e trabalhar para o que Ele está fazendo em toda a Terra. Ninguém pode deter a Salvação dos escolhidos de DEUS, e longe de nos mimar ou de em nós infundir o desespero, DEUS nos desafia a sermos Seus profetas numa terra que vai de mal a pior.

Eu estava dentro do avião e já eram 23h, mas se podia ver a luz do crepúsculo linda e bem forte, como se fosse uma linda tarde (e não quase meia-noite!!) quando a forte palavra "PROFETIZA" fez todo o sentido para mim. DEUS me curava de um ceticismo e frieza doentia. E me impedia de cair no bobo otimismo e na simples ilusão. Os discípulos de YESHUA têm a cura e o equilíbrio de todas as coisas quando buscam de coração ao Seu DEUS e se submetem ao ensino do ESPÍRITO SANTO.

Pude então compreender que o ESPÍRITO ao Qual clamei diante da visualização de Las Torres estava comigo. Que Ele me tirara e que me levava de volta ao meu Vale de Ossos Secos. E que na Sua sabedoria DEUS me constituía assim: Sua estranha resposta de redirecionamento de fluxos. De gente colocada para profetizar ao vale de ossos secos, como também para profetizar (e às vezes contrapor) ao Seu próprio ESPÍRITO. De anunciar a Palavra que formou o poder exuberante de Los Cuernos. Mas que também tem o poder de fendê-los ao meio no dia e hora que bem assim entender.

A Antártida também é um vale de Ossos Secos. O ESPÍRITO passeia por toda a terra. A Palavra sustenta o Universo. E DEUS há de levantar o Exército pela força de Sua Vida e através da gente que Ele escolheu como Seus profetas.

Que estejamos entre eles!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sobre os 10 mandamentos de Alexander....


Cara, apesar da intenção de revolta que o vídeo talvez pretenda causar, confesso que o que eu mais senti no fundo do meu coração foi MUITA tristeza e muita compaixão. Sério mesmo. É tão grotesca a forma como ele é pintado e ele parece a todo tempo clamar desesperadamente por Vida e mais vida, pelo sentido na vida... É muito sofrimento, vazio e desespero que demonstra o discurso desse rapaz.

E para os que estão de pedras prontas para apedrejá-lo, cuidado com o farisaísmo e a hipocrisia. O que você critica e apedreja nele pode muito estar dentro de você. Alexander de Almeida não é um fenômeno isolado. Ele é o expoente ou a caricatura perfeita de toda a nossa geração que clama por iniquidade, por distinção, por superioridade e por muita ostentação.

Desculpe, Alexandre, por não sentir nem uma gotinha de inveja e que é o sentimento que você gostaria que eu tivesse e que você tanto gostaria de causar para se sentir bem. Eu compreendo sua agonia e o vazio que você tenta preencher com ostentação, bebidas e sexo. Mas vai por mim que existe uma outra alegria e vida indizível e que nunca nada nem ninguém pode destruir. E eu espero do fundo do meu coração que você A encontre. Você, eu e toda a nossa geração.

Um abraço!




quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Halloween. Validade, Importância e Realidade de uma Celebração.

Como a ignorância histórica deturpa os próprios significados religiosos de pessoas religiosas. 


E que tanto de gente religiosa esconjurando o Halloween é esse? Entregando a data às bruxas, ao misticismo politeísta e invocador de espíritos diversos? Tudo bem que as abóboras, os morcegos, os diabos e as bruxas não se parecem ícones cristãos. Mas pire nisso que vou te dizer: o Halloween é sim uma festa CRISTÃ.

Antes de continuar nesse assunto, fica a bronca para esse rebanho de pessoas que tem a coragem professar aquela que é uma das poucas fés históricas do planeta e que não sabe (nem faz questão de saber) nada de História. Lembre-se você que religiões, filosofias e caminhos podem ser vários e não necessariamente História é uma coisa importante para eles. Mas para a fé cristã, a História é absolutamente essencial. Não sou historiador e estou longe disso, mas não nos resta a ignorância como opção, por deliberada escolha (particularmente em matéria da nossa própria história). Nosso caminho adiante é esse: conhecer, analisar, meditar, orar, buscar. Diferentemente de outras que pregam caminhos sem nexo temporal com a história do Homem, a cosmovisão cristã é NECESSARIAMENTE histórica: numa concepção que pode ser vista em certo sentido como linear (eu disse em certo sentido), afirmamos o início e o fim de todas as coisas, dizemos sobre o desenvolvimento do Universo e da Vida, a formação das civilizações, como algumas pessoas no passado andaram na Vida e na Luz, de como DEUS se revelou a alguns indivíduos desde os primórdios e como vem se revelando a alguns de nós nos seus diferentes sistemas políticos e econômicos, caminhando para um desfecho final. Nossa fé não só é historicamente construída (de uma prática e compreensão para além do pontual e nada atemporais) como é historicamente que deve ser entendida, historicamente transformadora, na certeza e na esperança de que a fé cristã (a verdadeira) será ratificada e vindicada no decorrer e ao final da História. Me diga, de onde foi que uma fé de bases históricas como essa teve seu nome roubado por pessoas e movimentos dissociados da análise e da compreensão histórica? Hein?


Recado dado, agora é hora de explicações. Como já aqui dito, precisaremos da História para tratar desse assunto. Tomando a etimologia da palavra, vamos contrariar alegadas versões que conectam o Halloween aos supostos druidas e explicar o conteúdo histórico cristão da festa. De antemão preciso dizer que essa explicação é um alargador do conhecimento e não uma justificativa para tudo o que se faz ou que foi feito nos Halloweens da vida ou negando elementos que são de outras incorporações culturais, evidentemente.
O nome Halloween é a forma contrata do inglês para “All Hallows’ Eve”. A palavra Eve significa véspera. É por isso que na noite de 24 de dezembro temos “Christmas’ Eve” (a Véspera do Natal). E qual é essa de véspera? A ideia cultural de atentar para uma véspera é a de valorizar um estado de apreensão, uma excitação prévia, o prenúncio de um dia glorioso, decisivo ou importante. A noite do 31 de outubro é uma noite apreensiva porque anuncia a chegada de um dia/acontecimento importante.
Continuando na etimologia, temos também a palavra Hallow. O verbo “to hallow” significa santificar ou tornar santo e a palavra isolada “hallow” é o adjetivo: santo. Suas conexões com o termo Holy podem ser percebidas por qualquer que pronuncie as duas palavras em sequência: Hallow e Holy, sendo sinônimos, significam isso mesmo: “Santo”. Como holy é o vocábulo mais conhecido, aparecendo nos termos “holy bible”, “holy SPIRIT”, hallow ficou um pouco de lado do nosso contato aqui no mundo da língua portuguesa, mais afeito ao usual, ao corrente da língua inglesa. Eu poderia ir mais fundo nesses desvios etimológicos e debandar para o que se tornou maldoso uso de uma palavra próxima dessas duas, tal como pelo Führer na expressão “Heil” Hitler. Longa história, essa fica pra depois.
Encerrando esse papo de etimologia, o que tiramos desse quebra-cabeça então?? O que é mesmo afinal de contas a tradução para Halloween (All Hallows’ Eve)?? O resultado final e surpreendente é esse (pire!!): All Hallows’ Eve significa “A VÉSPERA DE TODOS OS SANTOS”.
O dia de todos os santos é uma data que remonta ao século IV segundo alguns e a data teria sido fixada em 1º de novembro por volta do século VIII.
Mas e então?? O que uma noite de bruxas, diabos, morcegos e forças escuras têm a ver com algo santo ou dos santos?? Quem são esses santos?? Por que essas figuras não foram repelidas e por que aparecem justo numa véspera, que é nada mais nada menos do que a véspera do dia de todos os santos???
Pois bem, a explicação é essa: A Véspera e o Dia de Todos os Santos apontam para a vitória do Apocalipse. Neste livro, vemos a história da humanidade ser destrinchada, no alongamento dos 7 selos, das 7 trombetas e por fim as 7 taças de DEUS. Vemos a reunião da humanidade para o combate de Armageddon, a sedução final das nações, a iniquidade humana atingir a medida máxima da sua expressão, DEUS, a Luz e Sua Palavra serem ampla e cabalmente questionados e então, os Santos (os homens escolhidos de DEUS) de todas as gerações, de todos os povos, tribos, nacionalidades e épocas, toda a extensão dos remidos liderados pelo Cordeiro, pelo Verbo de DEUS, pela Palavra Criadora do Universo entrarem para o combate final com os anjos caídos, enquanto um julgamento é procedido em relação a estes e à humanidade em rebelião contra DEUS. É a vitória plena da justiça e dos escolhidos e o cumprimento da Salvação.

Acontece que, antes da batalha final e do grande dia aonde TODOS os santos vencerão, quando a injustiça, a maldade, a opressão acabarem de vez, haverá uma última reunião de forças dos que opõem a DEUS:
“demônios que operam sinais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia de DEUS TODO-PODEROSO (...) E eles os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedon.”
No entanto, os santos hão de prevalecer, porque mesmo sendo faltos e pecadores, vieram à resolução de seus pecados pelo sacrifício feito por YESHUA na cruz e é nos méritos dEle que possuem as armas diárias e cósmicas para vencer o mal:
“O dragão e seus anjos batalhavam. Mas não puderam prevalecer e nunca mais se achou o lugar que no céu era deles. E foi precipitado o grande dragão, o qual não é outro senão a antiga Serpente, e que se chama diabo e satanás, o enganador das nações, e seus anjos foram precipitados com ele.
Uma grande voz percorria os céus e dizia: ‘Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso DEUS, e a autoridade do Seu CRISTO, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, aquele que diante do nosso DEUS os acusava dia e noite’.
João explica a base da salvação dos santos e de sua vitória cósmica e diária:
“Eles, pois, o venceram por causa do SANGUE DO CORDEIRO e pela PALAVRA DO TESTEMUNHO que deram, porque mesmo em face da morte não amaram a própria vida.”


Assim, fica fácil entender o Halloween (ou a Véspera de Todos os Santos): ela é uma explicação do ajuntamento e da resistência (que há de ir até o final) dos inimigos da Luz, mas que não podem deter a chegada do grande dia (representado pelo 1º de novembro), da vitória final dos escolhidos, dos santos de DEUS e daqueles que foram e hão de ser resgatados por YESHUA ao longo da História. Assim, é permitido e interessante que façamos uma encenação desse acontecimento cósmico, ridicularizando a impiedade, a maldade, a injustiça, a trapaça, a satanás e a todos os demônios,  bem como a humanidade em rebelião contra DEUS. É por isso que satanás é ridicularizado no Halloween, com rabos, chifres e roupa cafona (lembre-se que ele não é descrito de forma tão vulgar na Bíblia, essa é uma forma ridicularizada). E, assim, a inutilidade da astúcia maligna do homem é ironizada e desprezada pela tinta grossa, pela caricaturização na Véspera que antecede o Dia em que se celebra a Vitória de Todos os Santos.  

Por isso, encerro este texto dizendo isso: praticamente não há nada que se possa aproveitar do CRISTIANISMO. Na verdade, se alguém quer vir ao Evangelho de CRISTO, necessariamente ele precisa se descristianizar e desaprender os erros da religião cristã para entender a CRISTO. Mas se há alguma coisa boa que se possa aproveitar dos escombros do CRISTIANISMO (eu disse cristianismo, o que é diferente da fé cristã), digo isso com sinceridade, essa alguma coisa boa é o HALLOWEEN, porque traz para nós uma rica herança cultural de uma importante verdade bíblica e para a qual não há celebração e memória dentro da cristandade: a celebração do Apocalipse e da vitória final dos escolhidos de DEUS.

Por isso, ao invés dessa besteira de ataques parecendo sobreviventes da Inquisição e herdeiros dos que deitavam gente nas fogueiras, é tempo de praticarmos e fortalecermos o Halloween, a Véspera do glorioso dia da vitória dos santos.
Ser contado entre os vencedores da festividade do Halloween e entre os que podem ridicularizar a satanás, a injustiça e a impiedade porque tem sobre si o Sangue do CORDEIRO e praticam a Palavra do Testemunho, me diz uma coisa: não é isso o que todo cristão verdadeiro nesse mundo quer???



Comentário para a figura: "Os fracos celebram o dia das bruxas. Os fortes conhecem a verdadeira história e celebram a Derrota do Dragão, a Supremacia dos Santos e a Vitória dos que não serão seduzidos para Armagedon!!!"

Feliz Halloween!!!!! 



quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Predeterminação e Livre-Arbítrio. Debates entre Heisenberg, Einstein (respaldado por Newton) e a Bíblia.

Hahahaha! Ótimo! A maior briga dos físicos e da teologia cristã explicada nesse vídeo de Michio Kaku!! É até difícil querer abordar esse debate com extrapolação para seu viés teológico para uma civilização tal como a ocidental, que acredita ou se sente livre, que vê adiante de si múltiplas possibilidades e que só enxerga a restrição de sua liberdade em termos de um cerceamento social, talvez cultural ou religioso. E que abominam a ideia de um propósito ou de uma preordenação sobre as suas existências e sobre os seus caminhos. 

O primeiro argumento aqui é o de Einstein e de uma pancada de versículos bíblicos. Einstein cria fortemente na pré-ordenação ou no determinismo. Einstein acreditava que se pudéssemos dar PAUSE em todo o Universo e conseguíssemos reunir a posição de todas as partículas em um dado momento, a partir da apreensão de toda a realidade física do agora, poderíamos determinar o que haveria de acontecer no milionésimo de segundo subsequente assim que voltássemos a dar play. E, assim, daí podíamos prorrogar nosso raciocínio infinitamente definindo toda a história do Universo. Para Einstein, o Universo foi determinado totalmente no Big Bang, pela forma como as primeiras partículas, a matéria e a energia (ou matéria-energia) se organizaram nos primeiros instantes, havendo ali já sido determinado a criação do planeta Terra num dado momento do tempo, a minha e a sua existência, as mortes, os nascimentos, os assassinatos, as guerras, incluindo coisas triviais tais como o que você vai comer amanhã cedo e até que eu estaria fazendo este texto a respeito um dia. O início já determinou tudo o que há de ser depois. 


Isso ofende a nossa civilização. Como assim um propósito ou uma preordenação me define ou me estabelece?? Como assim sou projetado para ser algo ou eternamente designado para algo?? E assim, levantam com fúria contra qualquer ideia de uma preordenação ou propósito. Argumentando dentro da perspectiva cristã, tudo isso remete para DEUS. DEUS?? Vamos jogá-lo no inferno com seus propósitos e predeterminações ridículas. Somos livres e vamos provar isso. Somos?? Vamos?? Vamos acabar e arruinar o que Ele estabeleceu. Será mesmo?? Ou será que até a revolta contra o propósito e a preordenação estariam dentro do propósito e da preordenação e dessa forma tais pessoas querendo disso se libertar, estariam indo de encontro ao Seu perfeito cumprimento??? 

Dentro da perspectiva bíblica (que inclui a física e não há dissociação dela), não ocorreria à mente do ímpio por exemplo que, mesmo havendo rejeitado a DEUS e dizendo colocar-se contra a ideia do que DEUS venha a ser, até e precisamente nisso ele estaria cumprindo um propósito profundo e preordenado de DEUS. E que é este: DEUS quer que a Luz e Seu caminho sejam amplamente questionados. Para DEUS é interessante e assim Ele jé estabeleceu que, no decorrer da história (no Chronos), Sua Pessoa e Seu “propósito” sejam criticados e "chacoalhados" no cumprimento de um Propósito maior, mais profundo e glorioso e que é este: de que apareça o contraditório e que este torne a Luz amplamente glorificada, quando por contraste ficar evidente a insensatez que foge ao desejo e à ordenação de DEUS e que assim a beleza e exuberância de DEUS sejam amplamente manifestas por aqueles que escolhem o caminho da miséria de Sua ausência. Inteligente e difícil, né? Bastante. 

É uma ideia difícil, particularmente porque ela atina geralmente para conclusões tolas simplistas. Isso acontece porque para cristãos em certo sentido (e para homens como Einstein e Newton) a história já está fechada. Como que terminada. Einstein defendia calorosamente a preordenação. Nesse sentido e ajudando o Einstein, o versículo que eu considero mais punk de toda a Bíblia é categórico ao dizer “O Cordeiro [nome sacrificial de YESHUA] estava morto desde a fundação do mundo.” Veja que a Bíblia é ainda mais underground e radical do que a física atual pode suportar. Ela não diz que estava predestinado que o Cordeiro seria morto desde a fundação do mundo. Ela diz categoricamente que o Cordeiro estava morto desde a fundação do mundo. E isso é extremante pesado e intragável. O primeiro conflito que isso interpõe é de ordem prática. Se tudo está predeterminado, por que não entrarmos a predestinação cristã e o determinismo de Newton-Einstein pelas veredas da passividade, talvez da aceitação plácida de um karma ou da atitude entreguista?? Por que as ordens repetidas da bíblia: levanta, faz, proclama, profetiza, defende, apoia, luta, espera, corre, esforça-te, alcança? Tudo já não está determinado?


Um outro e mais grave conflito desse raciocínio é de ordem moral. Se os assassinos em série ou os homens que estupraram e mataram milhares de outros humanos estavam predeterminados e se cada ímpio é um preordenado de DEUS como podem eles ser condenados ou culpados?? E como não colocar DEUS no banco dos réus por todas essas tragédias?? DEUS é a mente por trás dos seus inimigos e de seus zombadores e eles todos estão a cumprir algo de Seu interesse. 

Então entra nessa história o jovem Werner Heisenberg (assim como no campo da teologia cristã a doutrina do livre arbítrio). Heisenberg propõe o Princípio da Incerteza e trabalhando com as próprias conclusões de Einstein chega a uma outra que desagradou o mestre: pelo menos no campo das MICROpartículas, não há certezas ou determinação das posições. O elétron não existe no sentido determinado fora de uma observação. Ele é uma probabilidade e pode tanto estar aqui, acolá ou mais adiante. Einstein irrompeu furioso (ironizando na verdade) contra Heisenberg com sua célebre frase “DEUS não joga dados" (com o Universo)”. Einstein temia que a física se dissolvesse com aquelas descobertas. 

Mas a verdade é essa: todos os experimentos até agora demonstram que Heisenberg está certo. Einstein, o grande, estava equivocado. A incerteza comanda o mundo subatômico, o mundo das micropartículas. Nele as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo e a determinação fixa de Newton não cabe. Dentro da teologia cristã e bem antes de Heisenberg também surgiu a doutrina do livre arbítrio. A doutrina que diz que, apesar do grande ordenamento e predestinação do macro, numa perspectiva micro DEUS estabeleceu em Sua soberania a incerteza do livre-arbítrio e que as pessoas podem, sob condições semelhantes de influência e situação, decidirem-se por rumos diferentes. Apesar de que não podem fugir numa perspectiva macro do propósito e da preordenação, é dentro de uma observação temporal de incerteza que o homem faz suas escolhas. 

É evidente que o princípio da Incerteza de Heisenberg pode vir a ruir. Talvez o que chamamos de incerteza seja apenas um erro ou incapacidade atual da nossa observação para verificar um fenômeno determinado e assim Einstein volte de novo ao palco com toda a força. 

Ainda assim é intrigante como a física e a fé passam pelos mesmos conflitos (porque são na verdade os mesmos!!) e poder participar do desvendar da realidade!!! Eu não tenho razão quando digo que a coleção de livros sagrados dos cristãos, encerrada ainda no período das sociedades escravistas da antiguidade (!!) e de longe a coleção de livros mais criticada de todo o mundo é também a mais magnífica???? E que a Física é fantástica???

Baruch HaShem!!! Bendito seja o Nome!!!