quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Predeterminação e Livre-Arbítrio. Debates entre Heisenberg, Einstein (respaldado por Newton) e a Bíblia.

Hahahaha! Ótimo! A maior briga dos físicos e da teologia cristã explicada nesse vídeo de Michio Kaku!! É até difícil querer abordar esse debate com extrapolação para seu viés teológico para uma civilização tal como a ocidental, que acredita ou se sente livre, que vê adiante de si múltiplas possibilidades e que só enxerga a restrição de sua liberdade em termos de um cerceamento social, talvez cultural ou religioso. E que abominam a ideia de um propósito ou de uma preordenação sobre as suas existências e sobre os seus caminhos. 

O primeiro argumento aqui é o de Einstein e de uma pancada de versículos bíblicos. Einstein cria fortemente na pré-ordenação ou no determinismo. Einstein acreditava que se pudéssemos dar PAUSE em todo o Universo e conseguíssemos reunir a posição de todas as partículas em um dado momento, a partir da apreensão de toda a realidade física do agora, poderíamos determinar o que haveria de acontecer no milionésimo de segundo subsequente assim que voltássemos a dar play. E, assim, daí podíamos prorrogar nosso raciocínio infinitamente definindo toda a história do Universo. Para Einstein, o Universo foi determinado totalmente no Big Bang, pela forma como as primeiras partículas, a matéria e a energia (ou matéria-energia) se organizaram nos primeiros instantes, havendo ali já sido determinado a criação do planeta Terra num dado momento do tempo, a minha e a sua existência, as mortes, os nascimentos, os assassinatos, as guerras, incluindo coisas triviais tais como o que você vai comer amanhã cedo e até que eu estaria fazendo este texto a respeito um dia. O início já determinou tudo o que há de ser depois. 


Isso ofende a nossa civilização. Como assim um propósito ou uma preordenação me define ou me estabelece?? Como assim sou projetado para ser algo ou eternamente designado para algo?? E assim, levantam com fúria contra qualquer ideia de uma preordenação ou propósito. Argumentando dentro da perspectiva cristã, tudo isso remete para DEUS. DEUS?? Vamos jogá-lo no inferno com seus propósitos e predeterminações ridículas. Somos livres e vamos provar isso. Somos?? Vamos?? Vamos acabar e arruinar o que Ele estabeleceu. Será mesmo?? Ou será que até a revolta contra o propósito e a preordenação estariam dentro do propósito e da preordenação e dessa forma tais pessoas querendo disso se libertar, estariam indo de encontro ao Seu perfeito cumprimento??? 

Dentro da perspectiva bíblica (que inclui a física e não há dissociação dela), não ocorreria à mente do ímpio por exemplo que, mesmo havendo rejeitado a DEUS e dizendo colocar-se contra a ideia do que DEUS venha a ser, até e precisamente nisso ele estaria cumprindo um propósito profundo e preordenado de DEUS. E que é este: DEUS quer que a Luz e Seu caminho sejam amplamente questionados. Para DEUS é interessante e assim Ele jé estabeleceu que, no decorrer da história (no Chronos), Sua Pessoa e Seu “propósito” sejam criticados e "chacoalhados" no cumprimento de um Propósito maior, mais profundo e glorioso e que é este: de que apareça o contraditório e que este torne a Luz amplamente glorificada, quando por contraste ficar evidente a insensatez que foge ao desejo e à ordenação de DEUS e que assim a beleza e exuberância de DEUS sejam amplamente manifestas por aqueles que escolhem o caminho da miséria de Sua ausência. Inteligente e difícil, né? Bastante. 

É uma ideia difícil, particularmente porque ela atina geralmente para conclusões tolas simplistas. Isso acontece porque para cristãos em certo sentido (e para homens como Einstein e Newton) a história já está fechada. Como que terminada. Einstein defendia calorosamente a preordenação. Nesse sentido e ajudando o Einstein, o versículo que eu considero mais punk de toda a Bíblia é categórico ao dizer “O Cordeiro [nome sacrificial de YESHUA] estava morto desde a fundação do mundo.” Veja que a Bíblia é ainda mais underground e radical do que a física atual pode suportar. Ela não diz que estava predestinado que o Cordeiro seria morto desde a fundação do mundo. Ela diz categoricamente que o Cordeiro estava morto desde a fundação do mundo. E isso é extremante pesado e intragável. O primeiro conflito que isso interpõe é de ordem prática. Se tudo está predeterminado, por que não entrarmos a predestinação cristã e o determinismo de Newton-Einstein pelas veredas da passividade, talvez da aceitação plácida de um karma ou da atitude entreguista?? Por que as ordens repetidas da bíblia: levanta, faz, proclama, profetiza, defende, apoia, luta, espera, corre, esforça-te, alcança? Tudo já não está determinado?


Um outro e mais grave conflito desse raciocínio é de ordem moral. Se os assassinos em série ou os homens que estupraram e mataram milhares de outros humanos estavam predeterminados e se cada ímpio é um preordenado de DEUS como podem eles ser condenados ou culpados?? E como não colocar DEUS no banco dos réus por todas essas tragédias?? DEUS é a mente por trás dos seus inimigos e de seus zombadores e eles todos estão a cumprir algo de Seu interesse. 

Então entra nessa história o jovem Werner Heisenberg (assim como no campo da teologia cristã a doutrina do livre arbítrio). Heisenberg propõe o Princípio da Incerteza e trabalhando com as próprias conclusões de Einstein chega a uma outra que desagradou o mestre: pelo menos no campo das MICROpartículas, não há certezas ou determinação das posições. O elétron não existe no sentido determinado fora de uma observação. Ele é uma probabilidade e pode tanto estar aqui, acolá ou mais adiante. Einstein irrompeu furioso (ironizando na verdade) contra Heisenberg com sua célebre frase “DEUS não joga dados" (com o Universo)”. Einstein temia que a física se dissolvesse com aquelas descobertas. 

Mas a verdade é essa: todos os experimentos até agora demonstram que Heisenberg está certo. Einstein, o grande, estava equivocado. A incerteza comanda o mundo subatômico, o mundo das micropartículas. Nele as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo e a determinação fixa de Newton não cabe. Dentro da teologia cristã e bem antes de Heisenberg também surgiu a doutrina do livre arbítrio. A doutrina que diz que, apesar do grande ordenamento e predestinação do macro, numa perspectiva micro DEUS estabeleceu em Sua soberania a incerteza do livre-arbítrio e que as pessoas podem, sob condições semelhantes de influência e situação, decidirem-se por rumos diferentes. Apesar de que não podem fugir numa perspectiva macro do propósito e da preordenação, é dentro de uma observação temporal de incerteza que o homem faz suas escolhas. 

É evidente que o princípio da Incerteza de Heisenberg pode vir a ruir. Talvez o que chamamos de incerteza seja apenas um erro ou incapacidade atual da nossa observação para verificar um fenômeno determinado e assim Einstein volte de novo ao palco com toda a força. 

Ainda assim é intrigante como a física e a fé passam pelos mesmos conflitos (porque são na verdade os mesmos!!) e poder participar do desvendar da realidade!!! Eu não tenho razão quando digo que a coleção de livros sagrados dos cristãos, encerrada ainda no período das sociedades escravistas da antiguidade (!!) e de longe a coleção de livros mais criticada de todo o mundo é também a mais magnífica???? E que a Física é fantástica???

Baruch HaShem!!! Bendito seja o Nome!!!


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